quarta-feira, abril 26, 2006

Quase

Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!

É o quase que me incomoda,
Que me entristece,
Que me mata trazendo tudo
Que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades
Que escaparam pelos dedos,
Nas chances que se perdem por medo,
Nas idéias que nunca sairão do papel
Por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me,às vezes,
O que nos leva a escolher uma vida morna.

A resposta eu sei de cor,
Está estampada na distância
E na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença do "bom dia",
Quase que sussurrado.

Sobra covardia e falta coragem
Até para ser feliz.

A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos
Para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo:
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados
E o arco-íris seria em tons de cinza.

O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige nem acalma,
Apenas amplia o vazio
Que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia
À dúvida da vitória
É desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio
Ou economizar alma.

Um romance cujo fim
É instantâneo ou indolor,
Não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque,
Que a rotina acomode,
Que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e
Acredite em você.

Gaste mais horas realizando
Que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...

Porque,
Embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Veríssimo

Frase do dia

" Decida o que deseja, decida o que está querendo em troca disso.
Estabeleça suas prioridades e ponha-se a trabalhar. "

quarta-feira, abril 19, 2006

Dança eu, dança você, na dança da solidão

Diante da frase: "O cafageste é antes de tudo um romântico desiludido". Fiquei pensando: Estaríamos nós numa ciranda de desilusões amorosas?

Era uma vez... Carlos.

Carlos era um rapaz romântico. Gostava de filmes de amor, daqueles holiwoodianos mesmo, do tipo "amor eterno". Ele sabia da força de um amor de verdade, do quanto é bom conhecermos uma pessoa a fundo, saber das suas virtudes e fraquesas e amá-la do jeitinho que ela foi feita. Da companhia que nunca o deixa, mesmo que ela não esteja lá, de corpo presente. Sabia que um dia iria encontrar a moça que tornaria a vida mais fácil, mais alegre, mais suave. Que um dia veria nos olhos dessa mulher os seus filhos e ficaria extremamente feliz por saber que ali estava a pessoa com quem compartilharia a vida até seu fim.
Um dia essa moça apareceu. Se chamava Claudia.

Depois de vê-la pela primeira vez, seu sono era interrompido pela felicidade que Carlos sentia ao imaginar como seria seus dias ao lado dela. Acho que começaram a namorar 3 meses depois. E como na música "Sonhos", interpretada pelo Caetano:

"Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida"

Ele foi levado pelo amor incondicional. E, infelizmente, quis o destino não parar a música.

"Você veio me falar dessa paixão
Inesperada por outra pessoa"

A diferença é que Cláudia não contou nada, ele descobriu num flagrante, uma coincidencia desastrosa e ao mesmo tempo necessária.

Mais tarde, depois de muitas lágrimas, ele foi atrás da única pessoa que poderia esclarecer o que tinha acontecido com o amor dos dois, Cládia.

Me dá uma explicação, porque vc fez isso comigo? Eu te amava! Como você pode?
Eu te amo cláudio, acredite. Eu nem estava envolvida com ele.Acho que já sofri demais em relacionamentos anteriores, tenho medo de me envolver profundamente novamente.

Cláudio sem dizer uma palavra saiu de cena. Ele estava transtornado com o acontecido. Tinha percebido que seus sentimentos foram traídos, que tinha se enganado a vida toda. E generalizou colocando na sua cabeça que "mulher não presta". E então, o menino romântico, trounou-se mais um na estatística crescente dos desamados, se tornou o cafajeste.

Sua primeira vítima veio rapidamente. E desde então o ciclo se repete, ele trai, ela fica com "uma cicatriz" e trai o próximo e por aí vai. Já cansei de ouvir historias desse tipo e com vítimas de ambos o sexo.

Eu me pergunto: Estaríamos perdendo os românticos, vítimas da numerosa quantidade de pessoas que não acreditam no amor? A ciranda de desilusões existe? E você, ainda é um romântico ou faz parte do clube dos cafagestes?

Calma! Eu ainda sou um romântico inveterado. :]

sexta-feira, abril 14, 2006

Decisão acertada

Ela me ligou, sabia que eu estava sozinho em casa no fim de semana.
"Oi, preciso consertar meu computador, pode me ajudar?"
Depois de tudo que passamos, do tanto que ela sofreu por eu não amá-la e do desgaste inevitável em nossa amizade, ainda assim, respondi como um homem querendo a companhia de uma mulher:
"Olha D. , você pode trazer o computador aqui para casa. Estou sozinho, então não tem problema, posso ver o que esta acontecendo."
Ela um pouco relutante, respondeu:
" Não sei, estou um pouco com preguiça, mas acho que vou ter que ir aí né?"
Senti que só precisava dizer um "Sim!", e ela estaria nos meus braços. Mas, instantâneamente, em frações de segundo, me veio um turbilhão de pensamentos.

Qual o preço ela vai pagar por vir aqui hoje? Sei que, infelizmente(e digo isso por que a admiro em várias aspectos), não tenho outro sentimento em relação a ela que não seja a amizade. Sei também que doi muito gostar de quem não gosta da gente, já passei por isso mais de uma vez. Portando, seguindo meu coração e não meu instinto disse:
"Olha D., eu não sei se vale a pena. Posso conseguir dar um jeito ou não no problema. Aconselho a você testar este software na casa de uma amiga aí perto e ver se funciona. Se não der, leve-o na minha sala na segunda que vejo isso pra você."
Com uma voz decepcionada e ao mesmo tempo feliz por saber que fez a escolha certa, ela diz:
"Tudo bem, eu vou ver aqui, qualquer coisa te ligo" desligando o telefone.

O que posso dizer?
Acho que cheguei a conclusão que vale muito mais a pena um amor vendadeiro, do que esses casos que no fim só trazem descontentamento. Tento forçar-me a não dar ouvidos a meu instinto/vontade e assim não ferir o sentimentos das pessoas, pois, de uma forma ou de outra, me sinto responsável pela tristeza das que gosto, mas que não tenho amor.

Estou aqui, sozinho em casa em plena sexta-feira à noite e sem nenhuma alma caridosa, mas de certa forma feliz por estar aqui e ela estar lá.

segunda-feira, abril 03, 2006

Será a hora do recomeço?

Alguém disse uma vez que existem momentos na vida onde o melhor a fazer é parar com tudo e recomeçar. Se você percebe que algo anda errado e não vê jeito de sair, se a máquina está andando mas arrastada, sem vontade, cabisbaixa e quase parando, só existe uma coisa a fazer: parar e recomeçar.

Esta é a minha dúvida no momento. De um lado eu tenho o trabalho, dinheiro entrando, experiências da empresa (apesar de já estar farto dela), relacionamento com amigos e etc. Do outro tenho meu sonho, a minha empresa. Algo que eu tenho certeza que quero. Das poucas coisas que tenho certeza absoluta, uma delas é ter minha emrpesa.

Mas porque quero jogar meu emprego pro alto? Será uma simples fuga? Vamos aos fatos:

- Desde o fim do primeiro periodo eu trabalho neste estágio (estou no oitavo). Nesses 4 anos sempre sonhei com meu empreendimento e sempre coloquei os pés pelas mãos complicando minha vida no curso. São 4 anos de sonhos sem concretização. Sempre tentando colocar algo em prática mas sendo impedido pela dobradinha curso difícil + estágio exigente. Ora, eu sou teimoso e na tentativa de levar os 3 eu não realizava corretamente nenhum. Na verdade adquiri um bom conhecimento sobre tecnologia, mercado, o que me traz muitas idéias implementáveis, mas nada que eu conseguisse implementar com tempo escasso.

E então? Hora de mudar?

Uma boa pergunta mas ainda sem resposta. Largar o emprego seria abdicar de festas, minhas coisas, mordomias e perda de um pouco de credibilidade aqui em casa. Fora o contato com o mundo exterior. Mas ao mesmo tempo, ficar lá significa estagnação, mesmice. Não suporto mais as mesmas coisas : processos emperrados, baixa perspectiva de crescimento, pouco aprendizado. Eu queria inovação, criação, entusiasmo. E mais, queria que meu trabalho fosse a meu favor, na criação de um emrpeendimento. Como seria bom se eu deixasse o curso de manha, passasse algumas horas estudando e o resto do dia cuidando dos meus empreendimentos. Meu deus, eu estudaria tudo, implementaria meu projeto numa verocidade alucinada. Mas não guanharia nada com isso. E na hora de hospedar o site, como fazer? Sem dinheiro não dá. Vou ter que novamente recorrer ao mercado como forma de alavancar os projetos.

Ok, ok. Vamos tentar organizar. Que tal a brincadeira dos prós e contras?

Largar emprego

Prós:

1- Maior facilicade em terminar o curso.;
2- Tempo para empreender. Isso significa aprender coisas novas (J2ME, JSF, Ajax, XML e etc);
3- Tempo para pensar e executar a monografia que deve estar alinhada com o produto;
4- Tempo pra organizar as finanças aqui em casa. (Estamos precisando disso);

Contra:

1- Falta de dinheiro. Isso leva a uma série de consequencias. A começar pela minha vida social que não existirá até que eu volte a guanhar dinheiro. (Comer, locomover e infra-estrutura papai banca(como me incomoda isso));
2- Perco a facilidade de efetivação após formar, onde trabalho;
3- Perco experiencia profissional exterior;

Ficar no emprego

Prós:

1- Dinheiro;
2- Experiencia;
3- Onera terceiros;

Contras:

1- Continuar as coisas como estão;
2- Desistímulo persiste;
3- Aprendizado duvidoso.
4- Dificuldade em manter o curso;


Eu só tenho uma dúvida: Conseguirei ter um alto ritmo de trabalho estando em casa ?

Essa semana eu decido, aguardem...